E se for verdade?

         Era uma vez uma tartaruga. Ela caiu de uma nuvem, após uma festa no céu e perdeu o casco! Que dó da pobre e indefesa tartaruga, além de ter o casco todo remendado, ainda o perde de forma dolorosa. E acredite, ela morou por muitos anos em minha casa! É, isso é incrível mesmo!! E sem casco! Tremia de frio, mas graças a meu super-pai, ela pôde viver ainda muitos e muitos anos, pois todas as noites, depois que dormíamos, ele ia lá e a embrulhava num cobertor macio e aconchegante. Bom, eu nunca a vi.
        Talvez hoje eu seja uma pessoa má, mas acredite: suspeito a existência daquele ser. Minha irmã mais nova perguntava sempre sobre “nossa amiga”. Talvez a sem-casco morasse lá mesmo, mas era tímida.

         Entre mimos e carinhos, meu pai sempre contava estórias que me inspiravam e faziam minha mente frutificar antes de cair em profundo sono. Eu não refletia sobre a veracidade dos contos, isso não importava, eu apenas ouvia e gostava. Correram os anos. Comecei a duvidar de certas coisas: eu posso adoecer se beijar um sapo, tapetes não voam, se a liga da justiça existisse o mundo seria bem diferente, super-man não salva ninguém, porquinhos nem sabem soprar, entre outras frustrações.

         Não, todas essas decepções não geraram mágoas ou ressentimentos, muito menos raiva por ter acreditado em tantas mentiras contadas pelas “tias” da escola, nem questionei o motivo de meu pai inventar tantas coisas. Na verdade, tudo isso não fez a menor diferença: a ânsia pela “hora da historinha” era a mesma. O que outrora foi dúvida, hoje é certeza. Não existem pessoas perfeitamente boas; o fim feliz pode sim existir, mas não depende somente de nossos próprios esforços; “Super-homens” podem morrer por sua prepotência; entre outras convicções.

         Agora te faço um convite (irrecusável), tente pensar positivamente, ou se preferir, hipoteticamente: e se algum dos contos de fadas for verdade? Não seria maravilhoso se existisse um super-homem que desse a vida para nos salvar da morte, independentemente de nossa classe social, raça ou idade? Vislumbre isso. Imagine você poder viver sem medo do seu futuro! Você nem iria precisar se esforçar para salvar sua própria vida, afinal estamos falando de um SUPER HERÓI que cuida de você! Nossa, seria perfeito saber que ele estaria em qualquer lugar que você precisasse, mesmo sem você oferecer nada em troca dos “favores”, sem olhar seus defeitos e temores. Ah! Você desfrutaria de uma paz perfeita.

         Partindo do pressuposto de que você aceitou o convite para imaginar e crer em algum “conto de fadas”, proponho agora exercitar sua criatividade e encontrar uma “estória” para acreditar. Bom, eu sugiro Deus! Afinal, muitos realmente acham que tudo que é contado na bíblia não passa de fantasias criadas por homens.

          Fiz esta escolha pelo fato de ser o ‘conto’ mais confiável. Diferentemente das estórias, não me baseio em apenas um livro escrito por uma única pessoa, mas sim num registro de várias pessoas, de diversos lugares, em contextos diversos, que é o que chamamos de bíblia. Acredita-se que ela tenha sido escrita ao longo de um período de 1.600 anos por cerca de 40 homens das mais diversas profissões, origens culturais e classes sociais distintas. Isso tudo me parece bem real, acho que escolhi a história certa para você.

        Por essas coisas e por tantas outras coisas arraigadas à mim, que “escolhi” crer neste super-herói, coloco aspas pois não foi mérito meu, se não fosse a demonstração de amor dEle mesmo eu não seria capaz de nomeá-lo como tal.

         Como qualquer outro ‘conto’, uns acreditam, outros não, a própria bíblia relata sobre o fato de que muitos realmente não crêem na existência do seu personagem principal: “Porque nós não temos estado contando a vocês histórias de fadas quando lhes explicamos o poder do nosso Senhor Jesus Cristo e a sua volta. Meus próprios olhos viram o seu esplendor e a sua glória.” (2 Pe1:16).

          Devo dizer que muitos são consagrados fundamentais por muito menos. Sócrates não escreveu uma obra sequer. Se não fossem os diálogos escritos por Platão, não restaria nada das filosofias “Socráticas” e nem saberíamos de sua existência. E se Platão criou um mundo Socrático fantasioso? Não sabemos, nunca saberemos. Mas ainda bem que o nosso super herói não dependeu de um homem, nem correu o risco de perder a veracidade, não é mesmo? E digo mais, mesmo que não existisse a bíblia nós olharíamos para o céu e afirmaríamos veementemente que tudo que existe na natureza é fantasticamente perfeito demais para que Deus não exista.

         Em alguns anos conheci um pouco sobre Deus, herói em questão. Aprendi que Ele é amor, sempre encaminhando a vida de forma perfeita, uma folhinha da árvore não cai sem o consentimento dEle . Se algo der errado, passa um tempo e percebe-se que se não fosse a “coisa que deu errado” não estaria tão bem quanto hoje. Sendo Ele mesmo o AMOR, não nos força a nada, ele anseia que o adoremos espontaneamente, com sinceridade. Não, ritos sacrificantes e mecanizados não o alegram, não se engane, Ele conhece seu coração. Ele é amor. E isso é tudo, ele só sabe agir com amor, nós precisamos compreender e reconhecer quão largo, alto e profundo é esse amor. Aprendi que Ele é muito mais perfeito que qualquer outro personagem das estórias que vez ou outra revela sua fraqueza.

        Conhecendo ELE, compreendi o que nós somos: humanos desprezíveis, longe da perfeição. Se dependesse de nós mesmos, findaríamos em morte, morrendo presos na luta inútil por sempre buscar algo mais, mais segurança, um futuro próspero, alegrias, e morreríamos quando percebêssemos que esforço algum nos faríamos alcançar os objetivos se Deus não estivesse à frente.

          Bem, essa foi minha sugestão. Imagine que tudo isso é verdade. Por muito tempo acreditei que papai cuidava de uma tartaruga sem casco, e não perdi nada por isto.

          Crendo em Jesus, meu super-herói que nunca falha, só temos à ganhar, a bíblia afirma: “E todos os que confiam nEle, - o Filho de Deus - como Salvador, têm a vida eterna...” Jo 3:36, “E a recompensa final que vocês terão por haverem confiado nele, será a salvação das suas almas. Deus reservou para os seus filhos o dom inestimável da vida eterna; este dom está guardado no céu para vocês, puro e imaculado, sem perigo de sofrer alteração ou de estragar-se” 1 Pe 1: 4,9.

           Querido, estou falando da ETERNIDADE, não de um simples “..e viveram felizes para sempre”, é algo que vai além da vida aqui na terra, é viver eternamente ao lado de DEUS. Além do mais, acreditar nEle gera um sentimento de paz, a paz proveniente da certeza de que alguém, que sabe de todas as coisas, cuida de nós ao ponto de se preocupar com cada detalhe, cada tristeza, medo, ansiedade e vontade que existe dentro de cada um e ainda conduz tudo isso de uma maneira tão maravilhosa que surpreende mais a cada dia, nos agasalhando em tempos frios demais para que suportemos sozinhos.

          Deixar de crer na existência da tartaruga, no tapete voador e no príncipe encantado não gerou conseqüências eternas que me tirassem o sono sequer por uma noite. Deixar de crer no plano de Deus, para salvar a humanidade por meio da morte de Jesus, é algo um tanto quanto sério demais para se ariscar, é ser prepotente ao ponto de achar que é capaz de salvar sua própria alma, mas também é saber que a morte chegará e sua força toda não servirá para nada na eternidade. Chegará o fim, o dia em que Deus irá revelar sua justiça final, neste dia você irá entender que a conseqüência de suas escolhas é, no mínimo, desastrosa: “E todos os que confiam nEle, - o Filho de Deus - como Salvador, têm a vida eterna; aqueles que NÃO CREÊM nem obedecem a Ele NUNCA verão o céu; pelo contrário, a ira de Deus permanece sobre eles" Jo.3.36.

          Não arrisque não crer. Passar a eternidade longe de Deus não é viver feliz para sempre. Pense na possibilidade.

Raiza Moraes :)